A cura e tratamento de animais é tão antiga quanto a civilização humana, com os primeiros registros conhecidos datando de 4000 a.C., no Egito Antigo. A Medicina Veterinária moderna, por sua vez, originou-se na França, com a criação da primeira escola de veterinária em 1762.
No Brasil, a profissão surge quando, em 1875, Dom Pedro II visitou a Escola Veterinária de Alfort (na França) e decidiu criar uma escola também. O então presidente Nilo Peçanha assinou um decreto tornando obrigatório o ensino da ciência veterinária.
Se você está considerando em seguir na área da Medicina Veterinária, mas ainda está na dúvida sobre como é o curso e a profissão, vem comigo que vou te contar tudo sobre essa carreira. Desde o que se aprende no curso, notas de corte e remuneração, até o que os profissionais e estudantes da área têm pra dizer sobre o curso e atuação.
O símbolo da Medicina Veterinária

O símbolo da Medicina Veterinária utiliza figuras que remetem ao deus grego da arte de curar, Esculápio.
A serpente representa a vigilância, prudência, vitalidade, poder de regeneração, sabedoria e preservação da saúde.
O bastão, por sua vez, remete a um galho de árvore, fazendo referência às forças da natureza e às virtudes curativas das plantas. Suas principais interpretações são os segredos da vida terrena, poder de ressurreição e o auxílio e suporte da assistência que os médicos dão a seus pacientes.
A letra V em que estão inseridos os símbolos tem a função de identificar a profissão frente ao público leigo, além de diferenciá-la de outras profissões biomédicas.
O conjunto de símbolos é emoldurado por uma forma hexagonal irregular.
Como é o curso de Medicina Veterinária?
Competências a serem aprendidas no curso:
Os profissionais da área depois de formados devem ser capazes de desenvolver ações e resultados relacionados às Ciências Agrárias e da Saúde, relativos à produção animal, produção de alimentos, saúde animal, saúde pública e saúde ambiental.
Por isso, as seguintes competências são essenciais à atuação profissional.
1. Atenção à saúde: possibilita o correto tratamento e manejo da prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde animal.
2. Tomada de decisões: garante que o médico veterinário seja capaz de avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas para cada situação, além de basear suas ações em evidências científicas.
3. Comunicação: permite uma comunicação clara e informativa entre com os tutores dos animais, e garante que as informações compartilhadas com outros profissionais e pessoas em geral não ferem a confidencialidade médico-paciente.
4. Liderança: capacita o profissional a agir com compromisso, responsabilidade, empatia e habilidade para a tomada de decisões quando trabalhando em conjunto com outros profissionais.
5. Administração e gerenciamento: habilita o profissional a gerenciar os recursos físicos, as informações relativas a cada caso, e a força de trabalho.
6. Educação permanente: garante que os veterinários possam se atualizar prática e teoricamente depois de formados, além de possibilitar o treinamento e estágio das gerações futuras da profissão.
O curso aborda os seguintes conteúdos das seguintes áreas:
1. Ciências Biológicas
Bases moleculares e celulares dos processos normais e alterados
Morfofisiologia dos tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos
Processos bioquímicos, biofísicos, microbiológicos, parasitológicos, genéticos, farmacológicos e ambientais
Fundamentos de bioinformática
Metodologia científica
2. Ciências Humanas e Sociais
Relação indivíduo/sociedade
Comunicação
Informática
Economia
Administração com ênfase em marketing
Empreendedorismo
Inovação
3. Ciências da Medicina Veterinária
Saúde animal
Clínicas médica e cirúrgica
Medicina veterinária legal
Medicina veterinária preventiva
Saúde pública
Zootecnia
Produção e reprodução animal
Inspeção e tecnologia de produtos de origem animal
Melhores instituições em 2019
1. USP
2. UNESP
3. UFMG
4. UFV
5. UFLA
Como é a nota de corte do curso de Medicina Veterinária?
Na primeira edição do SISU 2020, a região com maior número de candidatos, mas também com o maior número de vagas para o curso de Medicina Veterinária foi a região Nordeste. Em contrapartida, a região Norte teve o menor número de vagas ofertadas e a região Centro-Oeste o menor número de candidatos.
Confira as notas de corte da primeira edição do SISU 2020 no gráfico abaixo
Quanto um Médico Veterinário recebe no Brasil?

Rotina dos profissionais da Medicina Veterinária
Veja o que profissionais e estudantes de Medicina Veterinária têm a dizer:
Larissa Dias – Veterinária de Reprodução Equina

Larissa sempre quis ser veterinária, nunca sequer pensou em outra opção de curso. Ela conta que começou o curso com a intenção de seguir para a clínica de animais pequenos.
Isso mudou completamente, quando em seu quinto período, ela fez seu primeiro estágio na clínica de equinos na Cavalaria da PMMG. Ela se apaixonou pela área e focou seus estudos na clínica e reprodução equina e hoje está se especializando em reprodução.
Ela se formou em 2019, pela UNIBH e conta que os 5 anos de graduação foram muito intensos e precisaram de dedicação integral. Segundo ela é muito difícil trabalhar com outra ocupação que não a veterinária e estudar.
Em sua rotina, a médica veterinária faz a clínica básica nos haras em que atende além de atuar na reprodução dos animais. Mas ela enfatiza que existem especializações em diversas áreas da medicina equina, como clínica e cirurgia, reprodução, odontologia, fisioterapia, terapêutica e ortopedia, entre outros.
Ela conta que uma das peculiaridades da clínica de reprodução equina é a poliestria sazonal das fêmeas. Isso quer dizer que para que as éguas precisam de calor e luminosidade para iniciarem seus ciclos reprodutivos. Isso faz com que exista uma época específica do ano em que é possível fazer a reprodução desses animais.
Segundo a Larissa, em Minas Gerais, onde ela atua, a estação reprodutiva ocorre normalmente de setembro a abril. Nessa época, ela trabalha mais do que no restante do ano. Praticamente todos os dias, sem exceção de fins de semana e feriados.
Quando a estação reprodutiva termina, ela tem um pouco menos de trabalho. Nessa época ela acompanha as gestações geradas pelo trabalho na estação de monta.
Além disso, ela faz a clínica básica e vacinação dos animais. Ela avalia as éguas que apresentam subfertilidade, quais os animais podem permanecer na tropa, participa da decisão de compra de novos animais.
A maior motivação da Larissa para seguir na área é o amor que ela sente pelos cavalos, pelos estudos e pela reprodução equina. Ela diz “O meu trabalho é extremamente cansativo, árduo, perco muitos momentos em família, com meus amigos, mas tudo isso é compensado quando vejo os embriões frutos do meu trabalho e principalmente quando os vejo nascer, crescer e se tornarem cavalos lindos e saudáveis”.
Isabella Fernandes – Estudante do 5º período de Medicina Veterinária

Isabella escolheu essa profissão por gostar de cuidar dos animais e de estudar. Ela enfatiza que é uma carreira que exige estudo constante.
Um ponto muito interessante levantado pela estudante, que quase sempre nos escapa quando pensamos em Medicina Veterinária, é a necessidade de lidar com pessoas o tempo todo no exercício do ofício.
Ela pontua que quando uma pessoa procura a Medicina para tratar dele mesmo, a tendência é aceitar a maior parte do que o médico disser. Porém, quando a pessoa está na posição de tutora de um animal, aparecem muitos questionamentos, busca de alternativas. Muitas vezes esse comportamento é uma tentativa de economizar dinheiro. Mas como Isabella enfatiza, “a pessoa assume a responsabilidade de um animal, ela tem que estar ciente de tudo que isso envolve”.
Ela lembra ainda que é muito importante termos senso crítico quando o assunto é saúde. Tanto a nossa, quanto a de nossos animais. Mas confiar nos profissionais que estudaram anos para estar naquela posição também é importante, já que são eles que tem os recursos e conhecimentos necessários para tratar a enfermidade em questão.
Isabella enfatizou também a importância de a sociedade aprender a utilizar o termo Medicina Veterinária. Na opinião dela, isso facilitaria a compreensão da responsabilidade desses profissionais. Toda a dedicação e estudos envolvidos no exercício da ocupação.
Perguntei a ela sobre sua formação e ela contou que tem sido enriquecedora, mas desafiadora em alguns momentos. A carga horária e os conteúdos são extensos e ela ainda faz estágio. Mas com organização e disciplina ela consegue dar conta de tudo.
Na UFV, onde ela estuda, os horários das aulas variam muito. Por isso é difícil manter uma rotina regular de estudos. A estudante conta que o jeito é ir se adaptando de acordo com a demanda, mas na maioria das vezes acaba ficando apenas com o horário da noite e fins de semana para estudar.
Por enquanto ela quer trabalhar com animais de companhia. Desde cães e gatos, quanto animais de estimação mais “exóticos”, como coelhos, hamsters e psitacídeos.
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